Eu Trabalhei com Ladras

Lis 


Peraí, não é isso que você pensou. 

É que me roubaram óculos escuros, prendedores de cabelo, guarda chuva, fones de ouvido e - pasmem - uma blusa de frio em apenas seis meses trabalhando numa empresa dessas de telefonia. 

Quase todo mundo já trabalhou com telefonia alguma vez na vida, não fica difícil imaginar como é o ambiente de trabalho: basicamente é mulherada, tudo confinada numa sala grande, cada uma em sua cabine e seu headset e muito barulho. 

Não aguentei. Dizem que eu "sujei" minha carteira com essa curta experiência, mas exerci meu direito de escolher - eu escolhi não trabalhar com gente que consegue surrupiar objetos diante de tanta câmera de segurança. Mas como é que pode, Meu Deus...? 

Pensar que eu fico sem graça de abrir a geladeira da casa da minha mãe... 

Além disso era desgastante estar no meio daquela gentinha de baixo nível, de mau-caráter, suspeitas só pelo tipo de trajes que usavam no Sábado, dia em que era permitido ir sem uniforme. Eram umas barangas aquengalhadas, dessas tipas que adoram shorts, calça legging, alcinhas, tomara que caia, cores berrantes, unhas gigantes, piercings, música ruim, bebedeira e fofoca. Cambada de ronca e fuça, sem nada na cabeça, e uma penca de filhos pra sustentar, um de cada pai; e como porcas que são, conseguem emporcalhar tudo em volta. 

Imagine você aí como ficava o banheiro da empresa ao final do expediente... Foi a primeira vez que deparei com rastros de cocô e sangue menstrual na parede. 

Dessas tipas já não se espera muita coisa que presta, mas ladroagem, gente? Isso é o cúmulo! 
Nunca imaginei que houvesse isso no ambiente de trabalho!! 

Não venha me falar que estou sendo preconceituosa com trabalhadoras humildes. 

Quem se apropria de objetos alheios é o quê? Se não são ladras, são o quê?  


Detesto esse tal de ENIGMA

Lis 
Blérgh... 😷

Ia escrever "Odeio", mas mudei de ideia. 

Eu detesto mesmo. Detesto de sentir nojo. 

Maldito dia em que eu descobri o CD daquela capa ali em cima, na discoteca do meu pai.

Coloquei pra tocar, a primeira música não tinha graça. Pulei pra segunda música, que se chama Sadeness, e tipo... nuuuuu! Música monstro, véi. Só que o encanto durou bem pouco. 

Eu gosto de música sacra, e fiquei intrigada com a mescla de canto gregoriano com batida eletrônica, e flautinha doce, uma coisa meio moderna, meio medieval, meio sacra, meio pagã, até que em certa altura da música, começou aparecer um sussurro indecente de mulher e depois a música PÁRA e fica só o GEMIDO da piranha e depois disso a minha história com o Enigma acabava de acabar. 

Eu nem quis saber o que era dito na música, e nem tentei entender como aquele disco foi parar no meio dos Pink Floyd, dos Dire Straits, dos Fleetwood Mac, dos Eric Clapton... Eu fiquei indignada.  

Que diabos tem a ver canto gregoriano com mulher gemendo a música inteira? Não é só um trechinho, é a música INTEIRAAAAA!! 

Que mistura desgraçada é essa que me fez imaginar prostitutas e monges nos mesmos metros quadrados? 
Não bastasse a puta gemendo ainda tem essa porcaria de flautinha doce que dá uma brisa super pagã na música que começa sacra e engana os trouxa direitinho. 

Que porra é essa? 
Decidam-se, seus imundos!!! 

Mas há males que vem pra bem. 

Depois desse trauma com o Enigma é que eu comecei perceber que qualquer musiquinha New Age segue a mesma receita, é sempre essa mistureba vulgar de sagrado e profano - uma tentativa esquisita de espiritualizar ideias ralas, sentimentalóides, irracionais, ou de erotizar conceitos espirituais, filosóficos, sagrados

E não dou a mínima se os produtores dessas indecências estão ricos, eu é que não ajudei e nunca vou ajudar.

Ah e digo mais: joguei a porcaria no lixo e meu pai nem deu falta. 
Deve ter sido um presente de alguém; tão bom que ele nem ligou. 


😁

A Moral dos Trolls 2

Um exemplo: criou uma Fanpage em 2015, 
pra um sujeito que morreu em 2006.

Diz o código Moral anterior que o troll habita o subsolo da Asgard internética, é bem feio e pode ser do tipo piadista ou perverso, legal ou chato, bonzinho ou malvado. 

Quanto mais vívido o troll, mais mórbido é o trollador - diz o ditado; Qualquer um que vá tentar essa vida na Internet pode crer que já desistiu da vida de fato. 

E o troll - com a mesma velha intenção de fazer alguém de trouxa, pode tentar um papel meigo e lindo pra atingir tal objetivo. Por que não?

A parte boa é que o troll bonzinho é mais vacilão que o troll malvado: ele sabe que os bonzinhos não são tão suspeitos, aí acontece de ele relaxar de vez em quando, pecando pelo excesso de auto-confiança. 

Aquele sujeito legal que pediu pra entrar na roda pode ser um troll; e o único jeito de trollar um troll de volta, chato ou legal é a velha e boa ignorada. 
Ele vai sacar logo que a máscara caiu e vai gastar um tempo tentando se lembrar do momento em que se escondeu atrás da cortina e deixou o rabo de fora. 

Por exemplo, o troll bonzinho pode criar um fã clube de uma banda da qual você gosta, mas que já nem existe mais, como pretexto pra fazer amizade
😂😂😂
Qualquer história de troll, bonzinho ou malvado, sempre vai ter um final frustrante. 

Histórias vividas com um troll bonzinho, apesar de serenas, são ainda mais frustrantes, porque este tipo parece um amigo quase perfeito, fingindo gostar de tudo que o "alvo" gosta, e consegue se tornar muito interessante, até que... 

Bum. 

Troll é troll - alguma vez a visceral antipatia pelo seu alvo vai escapulir sem querer e a ficha do alvo vai cair. 

Isso de troll bonzinho também aconteceu conosco. O nosso troll bonzinho - e trollado - podia continuar curtindo o prazer de achar que continuava enganando a gente direitinho, mas quando dois não querem, três não brincam. 

Claro que o troll bonzinho ainda está lá, só por orgulho mesmo, fingindo pra aquela suada rodinha de cúmplices. Ele fingiu que nem ligou da gente abandonar ele, mas ligou sim. Ele se importa muito conosco, do contrário, nem teria perdido tempo na vida armando outra só pra ficar pertim da gente.  

Todo troll é útil. Eles servem para gente se testar, rendem um papos legais na nossa vida real, e nos ajudam a enxergar que o trouxa de verdade é ele mesmo. 

A gente, que é trollado continua sendo nós mesmos, enquanto o troll, sem ninguém pra trollar, não é nada. 
Aquele que se limita a ser troll não consegue ser outra coisa; ele precisa trollar alguém que já existe e tem uma história legal, só pra ele mesmo começar a existir e querer tentar fazer alguma história. 

Então. Enquanto esse novo troll, pra variar, jurava que a gente era idiota, e desde o primeiro capítulo desse novo testamento a gente deixava ele achar que sim, de repente tudo ficou um tédio... 

Troll já não era mais uma novidade, mas em vez de frustrante, pelo menos essa experiência foi engraçada. O nosso troll bonzinho se superou, mostrou alguma criatividade, apesar de meio barango, burro e sem sal. 
Ele forçava a ideia de que levava uma vidinha medíocre - porque isso convence muito. Dava até dó de trollar um troll desse... a gente até desejou que o ser por trás daquele personagem morresse pra que o personagem se encarnasse. 

E agora, o máximo que este troll trollado e abandonado vai obter é uma gostosa dor de cabeça e uma aula de trollagem do bem. Porque os bonzinhos 24 Quilates de cá ainda conseguem pensar no bem do bonzinho bijoux de lá.

Ficam as dicas: Para promover um troll bonzinho, meia dúzia de fotos fofinhas ou barangas bastam. Enquanto o troll malvado tem que parecer imbatível, genial e perfeito, o troll bonzinho tem que parecer fracote, bobinho e inofensivo, mas não pode exagerar. 

Não é qualquer um que tira foto da própria rua suja do subúrbio onde mora, não é qualquer um que mostra fotos antigas ridículas, unha roída, comida malfeita ou pacote de bolacha barata. Pega leve. Dá pra desconfiar tanto do excesso quanto da falta de amor próprio. Um tiquim de orgulho não é pecado, viu?

Seja bonzinho, mas não seja espelho do mais duradouro crush da sua vida. A imitação é uma forma de lisonja; tente honrar sua própria máscara, seja menos o outro. O seu alvo dificilmente será tão narcisista a ponto de se apaixonar pelo próprio cosplay.

Mais importante do que batalhar pela intimidade com o crush, é controlar a paixão. Afinal, o troll bonzinho quer a cara, não o coração. 

Troll bonzinho adora bancar o bobalhão inofensivo, esse papel é mais fácil, mas ele tem que saber ser instigante também. 

Moral: ou o troll tem talento, ou não é troll. Talento garante a oportunidade e a oportunidade faz o troll.
Porque o troll, malvado ou bonzinho, não pode ser chato. Chato, qualquer idiota consegue ser. O máximo que um chato consegue é desprezo. E desprezo mata o troll.

✟ Rest in Peace. 


Conheça aqui o gênesis, lendo a primeira Moral dos Trolls