Megalomania é...

por Lis 


Megalomania é isso que está no dicionário. E também um tanto de coisa que nem parece que é. Tem que ser quase médico pra diagnosticar. 

Nem todo megalomaníaco se ama; Tem também aquele que, lá no fundo, detesta a própria vida, a ponto de se ofender com a vida alheia.
Aí a megalomania surge pra compensar esse ódio esvaziante. 

Por isso, veja só, as aparências enganam, até nessa questão de megalomania; a megalomania é meio camaleônica. 

Megalomaníaco pode ser o tirador Selfie que se acha lindo; mas também pode ser aquele que critica o tirador de Selfie, como se fosse uma pessoa melhor, só por não se prestar a fazer essas coisas vazias e fúteis do mundo. 

Megalomaníaco pode ser a vaidade brilhante e ostensiva que enche o Instagram de fotinhos; E também pode ser o humílimo e desapegado complexo messiânico, que se acha uma encarnação de Jesus Cristo na Terra. 

Todo mundo sabe que o Narciso se mira no espelho; mas o Narciso dos Narcisos é apóstolo do próprio reflexo.  

 

Os Menonitas e os Amish estão certos

Os Menonitas e Amishes não merecem críticas. Eles nem incomodam ninguém. Mas uma desocupada conseguiu fazer isso. Aliás, na internet, qualquer um pode e acha que deve criticar tudo. 

Se a autora da crítica fosse apenas outra opiniúda de internet, OK. O problema é que, nas entrelinhas, ela se define como “um ser voltado para a expansão da consciência”.

Um recadinho pro ser: pra isso tem que ter uma baita responsa e até na nossa ignorância a gente percebeu que você está fazendo isso muito errado. 

Copiamos o texto daqui, foi escrito dia 4 fevereiro de 2014, mas a postagem original não existe mais. 

Nem deveríamos levá-la à sério, mas já que se trata de um ser voltado para a expansão da consciência (sem pompa acadêmica e com algum ressentimento), vamos ver o quão expandida nossa consciência está. Os comentários são nossos.

Hoje recebi o seguinte comentário (escrito no dialeto crentês) no meu blog, em resposta a uma postagem antiga:
"A bíblia é a palavra viva de Deus, e jamais poderá ser dito que a mesma possa cousar algum tipo de mal a humanidade, a quem quer que seja, a palavra de Deus é e sempre será perfeita e eterna e pessoas não entendidas, sem conhecimento de causa começam a expor suas opiniões maldosas e sem mesmo entender o mal que estão proporcionado a se mesma, cuidado meus queridos. Assim diz a palavra de Deus, a Bíblia sagrada, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará, e ainda em outro versículo diz que com a medida que julgar sereis julgados, e a Bíblia que é apalavra viva de Deus repito nunca mente." (sic)

Meu blog tem por objetivo esclarecer e levar à reflexão para expandir consciências, contudo pelos comentários que recebo dos crentes acho que estou "malhando em ferro frio". partilho aqui com vocês a postagem que originou a "chiada" do crente para possam avaliar.


Sei que muitos dirão que o problema está nas pessoas e não na bíblia, pela leitura que fazem dela, etc., mas se a bíblia não existisse não daria origem a tantos leitores equivocados.

Após assistir a um documentário no NatGeo sobre os menonitas que vivem na Bolívia, julguei que precisava tratar do tema aqui já que o objetivo deste blog é expandir consciências.
Fiquei de boca aberta durante a maior parte do documentário, recusando-me a crer que nos dias atuais tanta ignorância ainda se mantenha.

Comentário: Viu um documentário e tudo que o ser voltado para a expansão da consciência conseguiu enxergar é “ignorância” no estilo de vida daquelas pessoas. A gente já tinha visto que ela não conseguiria enxergar muito longe mesmo, mas só pra constar.

“Os menonitas são um grupo de denominações cristãs que descende diretamente do movimento anabatista que surgiu na Europa no século XVI, na mesma época da Reforma. Tem o seu nome derivado do teólogo frísio Menno Simons”. (Wikipédia)

O documentário mostra principalmente os costumes de uma colônia ultraconservadora localizada em Manitoba, lado oriental da Bolívia. 

Vejamos então alguns fatos:
Os integrantes dessa colônia menonita não usam eletricidade ou asfaltamento de ruas. Dedicam-se à agricultura, sendo este, pelo que entendi, seu único modo de subsistência. Seus membros não podem ouvir música, portanto não podem possuir rádios ou qualquer outro aparelho de reprodução, o que, aliás, também fica difícil já que não possuem eletricidade. A única música que existe, durante os cultos religiosos, é a entoação de seus hinos, mas sem a participação de qualquer instrumento musical, que também são proibidos.
Não podem possuir telefones, celulares ou computadores (este, segundo eles, consta da bíblia como proibitivo), ou seja, nada de tecnologia entra na colônia. Podem andar de carro, mas é proibida a direção ou posse de algum. Sua locomoção é através de charretes ou carroças movidas à tração animal (pelo jeito fazer um animal de escravo é permitido pela bíblia).

Comentário: É quase isso mesmo. Mas é idiota pensar que eles vivem como monges: eles viajam, se reúnem para jogos ao ar livre, tomam sorvete, vão aos parques, fazem piqueniques, dançam, divertem-se, e melhor, não tem nenhum interesse em outro estilo de vida. Estão felizes simples desse jeito. Mesmo se fossem monges, ainda seriam pessoas normais. 

Sobre a “escravidão” animal: é legal a gente saber que a tração animal foi um grande marco no progresso rural e urbano; Foi um símbolo da mudança do homem nômade, caçador-coletor, para o sedentário, agricultor e pecuarista. O mundo civilizado sempre funcionou e evoluiu graças ao esforço dos bichos. (devemos a fonte). Talvez o maior erro seja sacrificá-los e comê-los... 

Ah, os menonitas não tem tecnologia. Que afronta!
Eles são a prova de que qualquer um pode viver muito bem sem tecnologias inúteis. 
Os “ignorantes” menonitas levam uma maravilhosa vida sustentável. Gastam pouco, produzem menos lixo, não emitem gases que pioram o efeito estufa (porque utilizam tração animal) e são autossuficientes – produzem a própria comida. Ponto para eles! 

Todos eles falam alemão (língua do país de origem). Às meninas não é estimulado o aprendizado do espanhol, mas os meninos podem aprendê-lo (precisarão para depois poder vender sua colheita nas cidades vizinhas).
Na escola (localizada dentro da colônia) não é ensinado geografia, ciências e outras matérias comumente curriculares em escolas normais. Ou seja, eles não têm nenhum preparo para poder seguir estudos avançados.

Comentário: Saber disso expande nossa consciência: coincidência ou não, a maioria das civilizações mais rudimentares são as que mais preservam suas tradições e vivem em maior comunhão com a natureza e seus códigos morais (fonte: obervação simples, exemplo, tribos indígenas - tipo os Kuna, os Yanomami, tribos africanas - tipo os Himba e os Daasanach, etnias orientais, tipo os Hmong). Seria este o modo de vida do futuro? Muitos estudiosos diriam que sim. 
Sobre estudos avançados: isso continua sendo artigo de luxo. A maioria da população continua ignorante (sem interesse em assuntos maiores), e o pior, sem um bom referencial moral e ético para lhes direcionar o comportamento. "Estudos avançados" só é sinônimo de evolução no mercado de trabalho. E ser um bom empregado não significa ser uma boa pessoa. 

Qualquer membro que não se adeque às regras da colônia ou religião é excomungado e não poderá mais ter contato com os outros membros da comunidade, mesmo que sejam familiares.
Tudo isso não é deixar a gente de boca aberta ou cabelo em pé?

Comentário: é pra deixar boquiaberto mesmo. Ordem, disciplina, regras são palavras que arrepiam qualquer serzinho moderno, que, em plena era da informação, não conseguiu conhecer a dimensão mais profunda da ideia de liberdade. Parece que esses “ignorantes” que nunca usaram a internet, conhecem-na melhor.

Agora vamos ao que determina tal tipo de vida nos moldes da Historia Antiga? A famosa Bíblia. Os pastores ou ministros da religião são os ditadores das regras, segundo eles, encontradas na bíblia. Parêntese: os pastores são todos abastados, enquanto que membros da colônia que estejam desgostosos com os costumes não podem se afastar da mesma por não possuírem dinheiro suficiente para tal.

Comentário: Esta “expansora de consciência” deveria saber que alguém ou algo similar a esses pastores abastados também determina o tipo de vida dela, também nos moldes da história antiga: ela, nós, maioria, somos a base de uma arcaica e perpétua pirâmide social. Se não seguir algumas regras, tá fora. E é muito difícil sair da parte de baixo. Mas vamos relaxar. Pessoas ordinárias são as conexões entre os acontecimentos cotidianos. Somos mais importantes do que dizem, e isso alegra um pouco nosso dia a dia.  

Como outras denominações religiosas, se dizem cristãos, mas o que menos seguem é ao Cristo. Seguem sim o Antigo Testamento que é a religião dos judeus.
Jesus, segundo a própria bíblia, teria dito repudiando a tradição dos anciãos: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Marcos 7:6) e em vão me adoram ensinando doutrinas que são preceitos de homens (Marcos 7:7).

Comentário: Errado, os menonitas consideram o Novo Testamento soberano ao antigo. 

Eis o malefício da Bíblia, quando lida e seguida por pessoas ignorantes: voltam a viver como nos tempos antigos.
Há outros exemplos além dos menonitas como os amish (também oriundos dos anabatistas), os judeus hassídicos e os mais conhecidos, as testemunhas de Jeová. Quando digo ignorantes não estou usando o termo pejorativamente e sim no sentido de ignorar outras verdades, outras ideias, filosofias, etc.

Comentário: não vimos "malefício" nenhum. A verdade deles é contém princípios básicos da vida humana, que deveriam continuar direcionando todas as civilizações do Ocidente. De ignorantes, eles não tem nada. Para entender por que não, é necessário expandir a consciência para bem longe, no passado e no futuro. O ser voltado para a expansão da consciência vai ter que tentar na próxima.   

O apego aos ensinamentos bíblicos do Antigo Testamento apresenta outro ponto negativo que é a repressão do instinto sexual. Daí ser bem comum no meio cristão, tanto católico quanto evangélico, o costume do estupro e pedofilia.
Nessa mesma colônia retratada no documentário houve em 2011 a prisão de 7 integrantes da comunidade e que foram condenados pelo estupro de mais de 100 mulheres.http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/08/110826_bolivia_est...

Comentário: é óbvio que o NatGeo tinha que mostrar um problema, é uma mídia não cristã. A arrogância da “expansora de consciências” projetou sobre eles uma expectativa irreal, e ainda afirmou que a pedofilia e o estupro são "costumes" dos Menonitas. 
Está muito longe de ser. 
A tragédia que aconteceu nos leva a refletir que eles são humanos, passíveis de erro, logo imperfeitos. 
Pedofilia e estupro infelizmente existem em qualquer grupo, religioso ou não e não é costume de nenhum grupo civilizado. 
  
Falando nisso, o que ela diria sobre as campanhas de legalização do aborto e da pedofilia nos USA? O que ela diria sobre as crianças transgênero, e sobre as crianças modernas "adultizadas", falando sobre identidade sexual? O que ela diria sobre a doutrinação de gênero nas escolas? 
Se ela mesma não é perfeita, porque cobrar isso dos outros? 

Sei perfeitamente que há “cristãos” mais de acordo com os novos tempos, como os católicos e boa parte dos evangélicos, mas mesmo esses, por causa de sua incondicional crença na bíblia, se mostram em grande parte preconceituosos e até fundamentalistas fanáticos. Temos em nosso país exemplos bem conhecidos que aparecem na televisão e agora até no nosso legislativo.

Comentário: Um fundamentalista e fanático religioso diria que o dinheiro e o ego regem a vida de um irreligioso. E aí?

O Antigo Testamento não pode servir de exemplo a ser seguido por ninguém, pois está permeado de atitudes vis e criminosas como incesto, escravidão e assassinatos em massa, inclusive de crianças. É um texto que se presta brilhantemente para que ministros de igrejas continuem manipulando e exercendo poder sobre suas “ovelhas” (este termo tão usado por eles já diz exatamente o que são os seguidores das religiões cristãs).
É, há muito caminho pela frente para que haja mais expansão de consciência neste planeta...

Comentário: todo mundo que se disse pensador, até agora, nos pareceu mais religioso que qualquer religioso propriamente dito. Os cultos são diferentes, mas a arrogância de se achar o centro do universo e dono da verdade é a mesma. 

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E ae, quem conhece os menonitas? Quem já ouviu falar deles?

Os menonitas estão entre os primeiros alemães a imigrarem para os Estados Unidos.
Embora a maioria esteja na América do Norte, tem menonitas em todos os continentes: África, América do Norte, América do Sul, Ásia, Austrália e Europa, por causa da imigração e da expansão missionária.
Existem congregações menonitas em mais de 80 países, inclusive aqui no Brasil. O número estimado de menonitas em 2006 era de mais de um milhão em todo o mundo.

Por eles serem "fechados" , morarem todos no mesmo lugar e terem escolas e trabalho dentro da própria comunidade, todo mundo pensa que eles são de alguma seita obscura, ou que eles se acham superiores, ou que eles são uns fanáticos bocós e roceiros. Mas a verdade é que eles são uma congregação séria, com principios e valores universais  - apenas uma comunidade cristã muito conservadora.

Os menonitas tiveram durante a sua história diversos pontos de discórdia entre si o que sempre acabou levando a divisões e novas denominações entre eles, como por exemplo os Amish, um grupo ainda mais fundamentalista, mais modesto e mais ascético. 

A maioria dos menonitas são descendentes dos anabatistas que já existiam antes da Reforma Protestante do século 16.  Eles são chamados de anabatistas pelo fato de não aceitarem o batismo de crianças. Eles creem que o batismo deve ser uma escolha consciente do indivíduo.  

O termo menonita originou-se de Menno Simons, um ex-padre católico que foi convertido e se uniu ao grupo de anabatistas holandeses em 1536. Durante vinte e cinco anos ele pastoreou as igrejas espalhadas pela Alemanha e Holanda, orientando sabiamente o movimento.

Ah, se a gente pudesse, juntaríamos a eles, definitivamente. Iríamos para Santa Catarina, para o município de Witmarsum, onde há uma das maiores concentrações de menonitas aqui no Brasil.

Porque a vida que os Menonitas (e os Amish) levam é inspiradora, por vários motivos. Não é porque achamos esse estilo de vida bucólico muito poético e tranquilo. Não é só isso. É mais além. 

Nós pensamos que todo cristão e não cristão deveria ser como eles. E pelo andar da carruagem, o estilo de vida que eles levam é por incrível que pareça, FUTURISTA. Futurista por ser sustentável e suficiente. Em algum ponto do futuro é provável que o estilo de vida geral será tipo esse. 

Não somos donos da verdade, mas nós convidamos você a uma humilde reflexão: será que realmente viemos para ser o que somos hoje? Será que não estamos exagerando? 

O futuro não seria sombrio se não tivéssemos desperdiçado nossa inteligência fabricando brinquedinhos e lixo. 

Se fôssemos como os Menonitas e Amishes, inteligentes sim, e ecologicamente responsáveis, sem dúvida estaríamos num estágio de evolução material, cultural e espiritual mais avançado, mas hoje em dia as pessoas só se importam com isso nas redes sociais...

Veja bem, parece que estamos elogiando esses religiosos por pessimismo ou moralismo. 

Mas nós concordamos aqui que a modernidade mais atrapalhou que ajudou. Se antes éramos "escravos" de dogmas religiosos, hoje somos escravos de bugigangas eletrônicas, do dinheiro e do ego. Se todo mundo acha que antes estava ruim, hoje está pior, porque antes eram todos moralistas e unidos, agora são todos liberados e desunidos, egoístas, desconfiados. 

Os dogmas religiosos pelo menos preservavam o respeito, a moral, a coesão e a cooperação entre as pessoas.

E nos dias de hoje, apesar da tecnologia e da velocidade da transmissão de dados, as pessoas estão se comunicando menos, confiando menos umas nas outras e criando vínculos muito frágeis. Estão mais isoladas, mais solitárias, mais sedentárias, estressadas e desesperançosas. Não sabemos nos virar sem alguma maquininha. Dependemos dela até para lembrar de compromissos sérios! 
Somos escravos de bugigangas de plástico. Medimos o valor de alguém pelos números da conta bancária. Damos a nós mesmos uma importância maior do que realmente temos... 



A vida dos menonitas e amishes não é perfeita. Mas eles estão certos. Evolução nem sempre significa algo bom. Só de eles estarem livres de tanta coisa besta, supérflua, descartável e imunda eles já estão muito melhores que nós. Só de eles se preservarem culturalmente já fazem muito bem. Eles é que vivem uma vida de verdade. Eles vivem a vida na pele. 

Aí vão algumas fotografias para admirar. Dica para diferenciar amish dos menonitas: os amish usam vestes mais sérias, escuras e monocromáticas e os menonitas usam vestes mais claras ou estampadas. 












“Aceitamos o ensinamento bíblico que mostra a necessidade dos Cristãos serem um povo separado.  Devemos nos manter separados em espírito, ou seja, em nossas atitudes e modo de pensar, bem como em nossa maneira de agir.  Cremos que nossas roupas, casas e demais pertences devem refletir simplicidade e modéstia.  Além da modéstia no vestuário, cremos que os homens devem manter o cabelo bem cortado e usar barba, e que as mulheres, por sua vez, devem usar o véu devocional, assim como a Bíblia ensina.
O Cristão pertence a um reino celestial, e de acordo com os ensinamentos de Cristo, deve procurar viver em paz com todos.  Não nos envolvemos na política. Não ocupamos cargos públicos e não prestamos serviço militar”.





Intuição


Ontem eu cheguei em casa toda ensopada, porque chovia pra dedéu. Achei o Jon dormindo no sofá e o Arne do lado com o MEU NOTEBOOK, navegando na internet. - E ae Søster!

- Não te emprestei.  

Entrei no meu quarto. E aí a Dani me cercou pra me contar o episódio do dia. Segue o diálogo:  

- Lis, você não sabe o que aconteceu! 

- Você passou mal.

- Não! Escuta só: hoje a tarde a gente foi assistir um filme, eu fiquei deitada la no sofá na frente do Arne, aí ele deslizou a mão na minha barriga, bem carinhoso, daquele jeitinho dele mesmo. E aí ele começou apertar nos lados de levinho. Achei esquisito, até incomodava um pouco. Aí, ele cochichou alguma coisa em norueguês, mas eu nem disse nada. O Arne continuou me apertando. Parece que queria sentir algo por dentro. Segurei a mão dele, esperei um pouco e soltei. Aí ele começou apertar de novo e eu apelei, saltei do sofá, fui fazer xixi. Fiz uns três xixis. E o tempo todo o Arne não parou de me apertar... Tentei sugerir alguma coisa, até percebi a "natureza" dele...  

- Menos, menos. 

- Desculpa...  

- E aí?

- E aí eu fiz um carinho nele, e ele naquela dúvida esquisita, nem reagia, tadinho, ele parecia até preocupado... Meu coração bateu forte, Lis, até agora tá. Deu até vontade de chorar, você acredita? 

Sério, eu não estava entendendo bulhufas. Fechei a porta do quarto, arraquei as roupas molhadas, já impaciente querendo que ela terminasse a história, achando bem chato ouvir a cunhada contar as intimidades do meu irmão, mas sou a única amiga dela, fazer o quê... - Gente, não deixa o Jon ver essas coisas tadinho... 

Aí a Dani desembuchou. 

- Jon estava dormindo, mas nem tivemos, o Arne ficou falando que não sera bom, que era melhor ter cuidado, e ficou com medo, ficou olhando pra mim com uma cara enigmática e tal... Aí, a gente só...

- Aí, pelamor, adianta a fita, vai, o que é que rolou? 

- Tá, aí que eu acho que o Arne é meio bruxo. Ele desconfiou de novo, você acredita? Eu nem falei nada, Lis! Nada, nada, nada! E ele ainda disse que é menina!