Premium, Super Premium e assim por diante

A palavra Premium significa que você tem que pagar a mais por alguma coisa que seja melhor um pouco do que o normal. 
  
O Premium separa os consumidores em castas, num esquema em que parece conferir status aos menos pobres, quando na verdade os menos pobres estão sendo roubados.
Porque o tipo Premium tem isso, aquilo e aquele outro benefício. Benefício que, antes de ser uma exceção, foi regra. 

Antes, o Premium era algo realmente específico, cujo acréscimo no valor era justificável. Um acesso mais restrito, um pouco mais de algum ingrediente para uma necessidade especial, suporte técnico ou médico diferenciado conforme a situação.  
Hoje o Premium é o modo digno das coisas sob uma nomenclatura sedutora e preço mais alto. 
Muita gente já desfrutou o Premium antes dele ser pago. 

Até que inventaram o SuperPremium, ainda mais caro para o consumidor, e mais lucrativo para alguém. 

Com certeza reclamaram do Premium. Qual outro motivo para inventarem outra categoria? 
Provavelmente o Premium se aproximou demais do normal, gradativamente, sem que a casta pagante percebesse. 

Premium começou a sair caro demais para quem estava pagando uma quantia que poderia ser maior, porque não? 

Quer alguma coisa digna? Paguem mais ainda por isso. 

Inventaram o nome Super Premium para elogiar a capacidade monetária e ao mesmo tempo debochar da ingenuidade do consumidor.

O Prêmio mesmo vai para quem inventou isso, que ri da cara de quem paga e cospe na cara de quem recebe a esmola. 

E pelo jeito que a coisa anda, daqui a pouco surgirá, digamos, a versão Ultra Premium. A versão sutilmente melhorada do Super Premium, então rebaixado ao nivel Premium, por sua vez rebaixado quase ao mesmo nível do normal, enquanto o normal segue sendo anormalmente ruim.